01 ▪ FEV ▪ 2023

São Paulo tem impressionante Museu de Arte de Rua

Ao longo de seus 40 anos de existência, o grafite, nascido nas ruas periféricas, cresceu, ganhou telas e fez grandes nomes no segmento

Bienal de Graffitti Fine Art

Também em São Paulo, um evento voltado para a propagação do grafite, a Bienal de Graffiti Fine Art, teve sua 5ª edição este ano – agosto de 2022 – e aconteceu na galeria Marta Traba, parte do Memorial da América Latina em São Paulo, um marco da cidade assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Com uma área de mil metros quadrados, é preciso ressaltar que o projeto arquitetônico da galeria, por si só, já é uma obra de arte, pois uma única coluna central suporta toda a construção, permitindo ao visitante, desde a entrada, uma visão de todo o acervo exposto. Composta por duas salas, a Galeria Marta Traba recebeu uma mostra, onde 61 artistas, sendo sete internacionais, exibiram suas obras, entre telas, fotografias e esculturas, em uma mescla do estilo de vida da street art com tecnologias e cultura, sob a curadoria do artista Binho Ribeiro, outro grande nome do grafite brasileiro.

Acerca dessa edição que também pontuou 10 anos do evento, Binho, cuja história no grafite vem desde 1984, falou sobre o trabalho que realiza com tantos jovens talentos, apresentados a cada Bienal, já que novos nomes são selecionados e nunca se repetem. “Não é fácil. Artista não é fácil, jovem não é fácil, talento não é fácil, mas acho que minha parte como curador é orquestrar esse talento, é lapidar essa joia muitas vezes bruta e na Bienal eu tenho essa oportunidade. Tenho artistas que se permitem esse processo de crítica e de observação que espero que seja bacana para a carreira deles. Há outros que já estão muito prontos e, às vezes, já estão blindados, porém, também conseguem escutar e a gente consegue fazer uma afinação no coletivo e isso é muito bacana”, celebra Ribeiro.

Artista: Paola Delfin – Foto: Elza Cohen

A Bienal de Graffiti Fine Art reuniu representantes de vários estados do país, e de outros também, presentes com suas experiências, técnicas e, mais que isso, que trouxeram e exibiram sua cultura e mostraram suas origens. Uma oportunidade, segundo o curador, de compartilhar conhecimento. “Pessoas de diferentes culturas e classes sociais visitam e levam essa experiência para outras pessoas. Entendo que a Graffiti Fine Art é uma tentativa, ou melhor, é um rompimento de barreiras que existem ainda no universo da arte contemporânea e acho que esses grandes curadores que participam de grandes projetos também podem nos olhar, olhar todos esses novos talentos de uma forma diferenciada”, deseja Binho Ribeiro. 

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