Black Meeting: para aquecer os negócios, Caito Maia
Quando a banda de rock Las Ticas Tienen Fuego terminou, foi justamente aí que surgiu a oportunidade.
Vocalista da banda e estudante de faculdade de Música nos Estados Unidos, na época, Caito Maia percebeu que na praia onde costumava frequentar um item era sucesso: óculos de sol não como proteção para os olhos, mas como acessório.
Do que poderia ser considerado o fracasso de um projeto – o término da banda – até o sucesso de ser um dos maiores empresários do país, não foi rápido nem fácil, mas é definitivamente uma jornada que vale a pena conhecer. Privilégio dos convidados do 2º Black Meeting.
Caito Maia foi o palestrante convidado do segundo dia de evento, na Casa Brasil, nessa terça-feira (30). A energia é contagiante, a trajetória é inspiradora, o poder de resiliência é uma lição e a visão empreendedora é estimulante: ingredientes ideais para um encontro de empresários, lojistas do mais alto padrão no segmento de design e arquitetura no Brasil.
“Eu fui num camelô, comprei 200 óculos, trouxe para o Brasil, paguei todos os impostos – na época eu não sabia nem o que era imposto – vendi para amigos e pensei em bater na porta de algumas empresas. Aí um amigo meu me fez um pedido de 18 mil óculos, mas eu não tinha dinheiro nem para mil. Ele disse que tinha ido com a minha cara e me adiantou o valor. Com isso, eu abri uma importadora, cheguei a ter 250 clientes no atacado da moda brasileira, dois deles não me pagaram e eu quebrei. Ou eu voltava para a banda ou eu aprendia a maior lição da minha vida que é marca: o que faz um cliente comprar um produto e pagar até 200% a mais é o valor que ele vê na marca”, Caito Maia, empresário e fundador da Chilli Beans.
Basta compartilhar um pouco de história para inspirar novas ideias e estratégias de sucesso, como o início dos quiosques em shoppings, por exemplo. Há 30 anos, só se vendia café e pão de queijo nesses espaços, até que o empresário arriscou esse formato de venda e o resultado veio. “Hoje, no Aeroporto Internacional de Guarulhos tem 8 lojas que vendem R$ 2 milhões todo mês só em óculos escuros. O quiosque continua sendo uma oportunidade gigantesca para divulgar, para vender, para se comunicar”, conta.
E quando é preciso desapegar? Caito não se considera mais um fabricante ou um varejista, mas um gestor de marca. As 150 lojas próprias foram vendidas e hoje faturam 30% a mais na mão dos franqueados. Sinal de que reter tudo sob o próprio controle não é a solução. Pelo contrário, compartilhar é um dos segredos revelados. E é o que ele faz com a equipe, treinada frequentemente para não focar em preço ou descontos, mas priorizar o valor da marca e gerar desejo no consumidor.
“Tempo, insistência, treinamento e encantamento. Falar a língua do vendedor, lançar coleções que encantam o meu time, assim, a coleção já chega vendida na loja”, explica a fórmula para conquistar primeiramente a própria equipe e, consequentemente, chegar ao cliente.
Estratégias de negócio, visão empreendedora, sustentabilidade, novas ideias, criatividade, coragem e ousadia. De uma percepção simples – óculos de sol – até o topo do sucesso, Caito Maia mostrou que cada obstáculo é uma oportunidade disfarçada para o crescimento, basta ter disposição para enfrentar os desafios, mesmo diante de cenários incertos.
Foi nessa energia que os convidados do Black Meeting seguiram o dia de evento. Novas percepções e um olhar ainda mais atento para conhecer os lançamentos da Decortiles para 2024 e o novo ambiente da Casa Brasil, o Espaço B.