Entre os temas essenciais do evento, a sustentabilidade ganha destaque como aposta no futuro e como elemento de inovação dentro de um esquema de feiras sólidas e tradicionais. Grandes medidas estão sendo tomadas nesse aspecto, para transformar o ‘Salone’, de fato, em um evento sustentável, como explica a presidente Maria Porro, em entrevista ao site oficial do evento. “Iniciamos um percurso de investigação dedicado à escolha de materiais e técnicas de construção de estandes. Quando o ‘Salone’ voltou em junho do ano passado, nos tornamos a primeira feira a aderir ao Pacto Global da ONU, enquanto este ano demos passos para obter o ISO 20121, elaborando uma série de regras e conselhos para conter o impacto. Como federação, acompanhamos as nossas empresas, orientando-as no processo de transição ecológica com ajuda prática, tanto na obtenção de fundos como na obtenção de materiais sustentáveis.”

(RE) utilizar (RE) construir (RE) pensar

Entre as prioridades do ‘Salone’ para essa edição, a responsabilidade ambiental, financeira e social são pontos cruciais a serem considerados. Desse modo, estão entre as premissas da feira: fazer o uso mais eficiente dos recursos, reduzir o desperdício para gerar mínimo impacto ambiental, além de proteger os direitos humanos, a saúde e a segurança dos participantes no evento e dos trabalhadores envolvidos na sua organização. Para que tais objetivos sejam alcançados, o evento apresentou procedimentos a fim de identificar fornecedores de materiais reciclados e recicláveis ​​ou reutilizáveis ​​para a construção das partes comuns. Também vai regenerar os recursos que foram consumidos e absorver os resíduos produzidos, escolhendo parceiros institucionais cujas estratégias se centram na preocupação genuína com as pessoas e o planeta.

“Acreditamos que as ações do Salone del Mobile devem ser guiadas por um profundo senso de dever ético. É nossa responsabilidade partilhar conhecimento e competências com todos os intervenientes da indústria do design e eventos, de forma a desenvolver soluções inovadoras, conscientes de que o que fazemos hoje determinará o futuro das próximas gerações. Somos todos agentes de mudança, protagonistas dessa transformação”, disse a presidente. Em consonância com temas centrais do evento, uma das marcas presente no ‘Salone’ de Milão é a Krill Design que tem sua produção com foco no design com desperdício zero e uma empresa que tem entre suas características fomentar a economia circular, para um futuro em que a prática sustentável, orientada para um estilo de vida de impacto zero, seja possível.

Com técnicas inovadoras de produção, a Krill vai apresentar no ‘Salone’ a Coleção Ribera composta por Ohmie – a Lâmpada Laranja™, Método – o Organizador Totêmico™ e Esconderijo – o Vaso Aberto™. Todas as peças são produzidas com Rekrill Orange®, recurso biomaterial patenteado gerado a partir de cascas de laranja, completamente natural e compostável. Com acabamento aveludado e robusto, conferindo ao objeto de design textura, cor e cheiro únicos que lembram sua origem, Rekrill Orange® é o recurso material perfeito para criar uma coleção ecológica.

“E fez-se a luz”

Outro evento aguardado com ansiedade é a Euroluce que, a cada dois anos e concomitantemente ao Salão do Móvel de Milão, apresenta inovações tecnológicas e em design voltados para iluminação. Euroluce chega em 2023 com a exposição “Cidade das Luzes” em que se configura em torno da presença (ou ausência) da luz e da sua capacidade de alterar a percepção do espaço. A exposição fala sobre os objetos que os designers contemporâneos estão explorando e a produção de itens inspirados em eventos luminosos, esferas em órbita, eclipses deslumbrantes e auroras coloridas. “O design de iluminação, em nosso sensível mundo contemporâneo, é um transportador de atmosferas e símbolos, sujeitos permanentemente iluminados em que uma narrativa entre tecnologia e poesia é tecida entre os pontos extremos de horizontes luminosos de onde surgirão os objetos que iluminarão o futuro”, conta o curador Matteo Pirola.

E, com o mesmo peso que o fururo tem na fala de Matteo, a presidente completa. “A iluminação hoje em dia não consiste apenas em objetos iluminados ou corpos de luz, é tecnologia, envolvendo arquitetura e interação. Queremos narrar tudo isso através de uma abordagem interdisciplinar. Haverá muito design, principalmente o produzido pelas empresas, mas também haverá ciência, arte, design gráfico, fotografia, literatura e arquitetura. Todas as diferentes facetas do design, basicamente. Concebemos, assim, uma espécie de ‘cidade luz’ com espaços públicos e grandes exposições, com curadoria de uma multiplicidade de pessoas, entre arquitetos, curadores, designers de interiores e de iluminação. Queríamos olhar para o futuro, sem descurar as nossas raízes.” Em sua última edição, a Euroluce contou com a presença de mais de 420 expositores, metade dos quais, estrangeiros, que se encontraram e se confrontaram sobre inovação tecnológica e luminotécnica, eco sustentabilidade dos aparelhos e fontes de iluminação, poupança energética e softwares mais atualizados, incluindo sistemas de automação residencial. Para esta edição do Salão do Móvel de Milão, “o layout está cada vez mais orgânico e simples, permitindo que tudo seja visto – sabemos o quão labiríntico este evento pode ser. Também, no novo layout expositivo, utilizamos um software voltado para o melhor aproveitamento dos espaços da feira, garantindo aos visitantes uma experiência inovadora e otimizada”, finaliza Maria Porro.

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